Sobre a Simpatia e Sobre as Coisas que Vem.
Esses são dois textos (desabafos) que eu gosto bastante, apesar de não ter nada de especial.
São de blogs antigos, e coisa e tal.
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Sobre a Simpatia
Tenho simpatia por indivíduos (que assim como eu) sempre chegam na metade. Parece que alguns de nós foram jogados no meio da vida e tivemos que continuar andando. Perdemos a hora do começo porque dormimos muito, ou porque estavámos descongelando a geladeira. Ai começaram tudo e esqueceram de nos chamar. Quando a gente decide entrar na vida, a sala já está escura e os trailers já acabram.
A gente caminha abaixadinho, desviando das pernas dos outros e finalmente Cmais chata. Ai então, a gente senta. Cutuca o cara do lado e pergunta como foi o começo. Ele diz que foi "legal". A senhora-que-parece-um-jabuti que está sentada atrás de você emite um sonoro "pshhhhhh" que só senhoras-que-parecem-jabutis são capazes de fazer e você se cala.
Ok, ok, você opta por imaginar o começo de tudo. Creio que a maioria de nós, pessoas-que-chegam-na-metade, preferem essa alternativa. Também dá pra esperar sair em dvd e ai a gente vê o começo. Mas eu sou da vertente dos imaginativos.
O começo tem suas importâncias eu sei, mas este texto vem dar consolo a todos nós os caras-da-metade. O que importa é que chegamos. Na metade, sim, mas chegamos.
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Sobre as Coisas que Vem
As coisas vem quando você não quer. Quando você não está nem um pouco afim de que as malditas coisas venham. Mas elas vem. Em quantidade desnecessária, em pacotes grandes de 10 porções descafeinadas e sem glúten.
As coisas vem.
Exemplos de coisas que vem e você não quer? Vestibular, sua mãe entrando no quarto quando você está trepando com a Ana Paula, uma batida de carro, um assalto no ônibus, uma batida de ônibus, um assalto no carro, uma proposta de emprego em Itapoã, um daqueles pintchers tarados que se gruda na sua perna em plena casa da sua tia e não dá pra fazer nada...
As coisas vem. Acontecem. Ploft. Elas caem do céu. Seja uma privada caindo do quinto andar, ou uma mala cheia de dinheiro (Nota-se que em ambos os casos, os objetos caidos do céu seriam letais, e matariam o desafortunado que estivesse passando lá por baixo...).
Essas particularidades da vida me fazem mal, levemente... Não me conformo com isso. Quanto mais você se prepara, diz que sabe onde pisa, que sabe onde vai, nada importa. No fim a vida sempre coloca um pacote de 10 porções descafeinadas e sem glútem na sua mão, quando na verdade você esperava aprovação, estabilidade, confiança, amizade, ou qualquer coisa que o valha em dias sem sol.
Tem dias que você se sente acuado com os próprios caminhos que a vida lhe apresenta. Você se assusta por não conter glútem, por não conter amor, ou estabilidade. Por não conter sol, sorrisos ou confiança. Por você estar indo em frente, apesar de tudo. Não é tão simples dizer "não" ou "sim" ou "tia, o teu pintcher tarado tá gozando na minha calça jeans nova...", então muitos, assim como eu, se agarram no pacotinho que a vida deu, sem glútem mesmo, sem cafeína, e vão. Vão indo.
Não se tem o que fazer.
Aceitam café?
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