Para Minha Margot.
A Margot vem me trazendo problemas.
Minha Margot mudou.
A Margot anda vazia, caminhando de meia soquete pela casa.
Anda de hobby, cabelo armado, sem maquiagem.
A Margot tá bebendo, dormindo e resmungando muito.
A Margot tá murchando, chorando, e teimando comigo.
A margot tá perfumando, amando e rindo menos. Bem menos.
A Margot tá velha Pai do Céu.
Cadê aquela Margot, que eu tirei de uma pornoxanxada?
Aquela cheirosa e morena.
Safada, feliz.
Margot, cadê tu minha nêga?
A Margot anda com chinela de velha, tá que nem minha mãe.
A Margot reclama que não tem nada na vida, nem um filho nesse mundo ela deixou. Ela toma uns goles de pinga e me culpa.
Disse que quando fazia pornoxanxada não era assim. Que era uma estrela, que nao tinha pouso nem porto.
A Margot tá dizendo que eu roubei a vida dela naquele anel.
Que eu era moço formoso, e que ela era boba. Que agora podia tá fazendo filme, novela, praticamente uma Suzana Vieira.
Mas a minha Margot tá de meia soquete na sala.
Cochilando, baba escorrendo no cantinho daquela boca carnuda que ela teve um dia.
Vendo Domingo Legal na tevê.
Cadê aquela minha Margot?
Margot, cadê tu minha nêga?
Ela tá resmungona e ancuda, tá murcha a minha rainha.
Murchou os peitos graúdos, a bunda redondinha, os coxões que meu Deus dó Ceu.
Murchou o bom humor e o xamêgo da Margot.
Minha Margot mudou.
Desculpa benzinho. Teu nêgo ainda te ama.
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